COSTA (Santa Marinha) Memória Descritiva dos Símbolos Heráldicos Coroa – Pretende retratar o Mosteiro de Santa Marinha da Costa que foi objecto de grande carinho por parte da família real e isso ainda hoje está patente no cálice de prata dourada, exposto no Museu Alberto Sampaio e datado de 1167, oferecido por D. Sancho I e D. Dulce a Santa Marinha da Costa. Pés de açucena - Símbolo da padroeira da freguesia – Stª. Marinha. Um atributo generalizado à religiosidade das gentes desta freguesia, em particular, consagrações à sua padroeira. Árvore – Representa o território montanhoso onde esta freguesia se localiza. De referência obrigatória, é o bem conhecido Monte da Penha que integra um variado e rico património natural e cultural. Caracterização A freguesia de Costa circunda a cidade vimaranense pelo lado oriente. Santa Marinha da Costa, como também se pode intitular, é muito vasta territorialmente, sendo a sua área ocupada por uma grande extensão montanhosa, por vezes acidentada. Trata-se da Estância montanhosa da Penha. Servida pela EN101, esta freguesia possui uma actividade económica dispersa pelos três sectores. A agricultura e a pecuária são actividades que mantêm a tradição do passado, apesar de perderem alguma força, ao contrário do que sucede com a indústria, que tem vindo a crescer progressivamente, nomeadamente a têxtil. Por seu turno, o sector do comércio e serviços assume-se como a maior força da freguesia, ganhando na actualidade um papel relevante. O facto de ser uma freguesia muito turística, especialmente com a zona da Penha, leva a que este sector de actividade económica ganhe especial relevo. Algo populosa, a freguesia de Costa é medianamente urbana, devido à sua proximidade e acoplagem da própria cidade de Guimarães, sendo na parte territorial mais próxima do município que se concentra a maior parte dos seus habitantes, na qual se regista menor altitude, situando-se na encosta do Monte da Penha. Síntese Histórica Em plena zona montanhosa da Penha, a freguesia tem naquele monte um local que a relega para os seus primórdios, onde se encontram sinais das suas origens e da sua afirmação histórica, ao longo dos séculos. Desde logo, nela se destaca o Santuário de Nossa Senhora da Penha, hoje um ponto de referência de valiosa importância, a nível turístico e religioso. A estátua do Papa Pio IX, que ocupa a parte mais elevada da montanha, fixada nos 617 metros de altitude também é ponto de interesse, bem como as inúmeras grutas espalhadas pela estância montanhosa. No Museu Alberto Sampaio, em Guimarães, está depositado um capitel pré-românico, com traços visigóticos, datado do século VII por D. Fernando de Almeida. Este capitel é proveniente desta freguesia, muito provavelmente do Monte da Penha. Nesse mesmo museu subsiste também um esbelto cálice de prata dourada, contendo uma inscrição que o data do ano de 1167, e que terá sido oferecido por D. Sancho I e D. Dulce a Santa Marinha da Costa. Desde 1936, a Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa está classificada como Imóvel de Interesse Público. O Mosteiro está hoje convertido numa pousada. Património Cultural Imóvel Santuário da Nossa Senhora da Penha, Igreja e Mosteiro da Santa Marinha (Imóvel de Interesse Público), Capela de São Roque, Capela de São Cristóvão, Capela de Nossa Senhora do Carmo, Capela de Santa Catarina e Cruzeiro. Padroeiro/Festividades Santa Marinha (Padroeira - 18 de Julho), Santa Catarina (3º domingo de Junho), Nossa Senhora do Carmo (Julho) e São Cristóvão (último domingo de Julho). Locais de Interesse Turístico Igreja e Mosteiro (Pousada) de Santa Marinha, Parque da Cidade e Monte e Santuário da Penha (com Teleférico) - Situa-se a Este da cidade de Guimarães, e atinge 613 metros de altitude no seu ponto mais elevado. A sua posição geo-estratégica e a sua altitude, permitem a sua visibilidade numa zona de muitas dezenas de quilómetros. A devoção a Nossa Senhora da Penha remonta aos inícios do século XVIII e teve por base a devoção de um ermitão. Em 1873, o Papa Pio IX concedeu uma indulgência plenária aos cristãos devotos de Nossa Senhora do Carmo da Penha. Esta devoção dos vimaranenses foi aumentando e deu origem à primeira grande peregrinação à Penha, em 1894. Em 1886, é criada a Comissão de Melhoramentos da Penha, sob a presidência do arqueólogo vimaranense Bráulio Caldas. Em 1908 é inaugurado o sistema de distribuição de água, que veio possibilitar a plantação de árvores no parque. A partir desta altura, com o aumento das obras de transformação turística do local, começaram a ser descobertos espólios arqueológicos, que deram entrada no Museu da Sociedade Martins Sarmento. Em 1916, a autarquia abre a estrada da Costa para a Penha. Em 1923, criou-se a Comissão de Iniciativa e Turismo. Em 1937, com a extinção da Comissão de Iniciativa e Turismo, passou a funcionar a Junta de Turismo da Penha, posteriormente substituída, pela Cooperativa Turipenha. Em 1947, é inaugurada a igreja do santuário segundo o projecto do arquitecto Marques da Silva. Em 1995, abre ao público o teleférico que efectua o transporte entre Guimarães e a Montanha da Penha num percurso de 1700 metros. O Santuário é composto pela igreja da Penha, capela de Santa Catarina, capela de São Cristóvão, cruzes da via-sacra, cruzeiro do santuário, monumento ao Papa Pio IX, gruta de Nossa Senhora de Lurdes, gruta do padre Caldas, gruta de Nossa Senhora do Carmo/Santo Elias, e pelo penedo de São Cristóvão. [Autoria: António José Oliveira] Filhos Ilustres Paio Galvão – Cardeal e mestre de teologia (1165-1230) Eventos Peregrinação anual à Penha (2º domingo de Setembro) Freguesia em Números Área (i): 471,06ha Abastecimento de Água - Rede Pública (ii): 99% Saneamento Básico (ii): 95% Iluminação Pública (ii): 100% Transportes (ii): TUG Habitantes (iii): 5155 (H-2475 M-2680) Eleitores (iv): 3489 (H-1665 M-1824) Alojamento (iii): 2299 Famílias (iii): 1886 Faixas Etárias (iii): 0/14-985 15/24-492 25/64-3175 65 ou mais-503 Habilitações (iii): Nenhuma-866 Básico-2241 Secundário-853 Superior-1195 [Fontes: i. Câmara Municipal Guimarães; ii. Junta Freguesia; iii. INE Censos 2011; iv. DGAI] Equipamento e Serviço Social Sede da Junta, Jardim Infância (c/Cantina Escolar), EB 1 (c/Cantina Escolar), EB 2/3 (c/Cantina Escolar, Polidesportivo e Gimnodesportivo), Polidesportivos (2), Gimnodesportivo, Centro Social (c/Apoio Domiciliário), Salão Paroquial, Centro de Convívio (c/Serviço de Enfermagem) e Casa Mortuária. Serviços Clínica Veterinária, Bancos, Multibanco e Parafarmácia. Movimento Associativo Associação dos Escoteiros de Portugal – Agrupamento Nº 135 Telefone: 936 287 354 Fundação: 1987 Actividades: Escotismo Centro Social e Paroquial de Santa Marinha Telefone: 253 412 475 Fundação: 1989 Actividades: Apoio domiciliário Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento Nº 199 Telefone: 964 455 310 Fundação: 1963 Actividades: Escutismo Grupo Coral de Santa Marinha da Costa Telefone: 253 412 475 Fundação: 1972 Actividades: Cântico litúrgico Grupo Musical “Os Meia Pipa” Telefone: 967 504 198 Fundação: 2010 Actividades: Música tradicional popular Grupo Musical “ Rui Vieira e a sua Banda” Telefone: 939 204 587 Fundação: 2012 Actividades: Música popular Irmandade Nossa Senhora do Carmo da Penha Telefone: 253 414 114 Fundação:1972 Actividades: Sócio-culturais e turísticas JUNI - Associação de Solidariedade Social Telefone: 936 422 802 Fundação: 1991 Actividades: Sociais JUNI – Jovens Unidos Num Ideal Telefone: 253 412 475 Fundação: 1971 Actividades: Religiosas Vitória Sport Clube Telefone: 253 432 570 Fundação: 1923 Actividades: Futebol, voleibol, basquetebol, pólo aquático, natação, boxe/kickboxing, ténis de mesa, judo, atletismo e ciclismo, sendo a mais representativa associação do concelho. Pároco Carlos Lopes de Sousa Telefone: 253 412 475 Junta de Freguesia Morada: Rua de Santa Marinha da Costa, nº 508 4810-015 Costa Coordenadas GPS: N 41º 26’42.50’’ / W 8º 16’52.96’’ Telefone/Fax: 253 516 094 E-mail: geral@juntafcosta.pt Site: www.juntafcosta.pt Horário de Funcionamento: 2ª, 4ª e 6ª feira 17h-20h; 3ª e 5ª feira 17h-19h; sábado 10h-13h Presidente: Miguel Lopes Ribeiro (2º mandato) Secretário: Carlos Artur Faria Ribeiro Coimbra Tesoureiro: Franklim Adalberto Oliveira Salgado Destaque Igreja e Convento de Santa Marinha Durante a primeira dinastia, este convento recebeu várias vezes favores régios. Por exemplo, o cálice de prata dourada oferecido pelo rei D. Sancho I e pela rainha D. Dulce ao mosteiro da Costa, actualmente existente no Museu de Alberto Sampaio, é prova da estima que o casal real nutria pela instituição. Segundo a tradição, este mosteiro foi fundado pela rainha D. Mafalda, mulher de D. Afonso Henriques e mais tarde entregue pela soberana aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Em 1703, André Machado e António Pinto, mestres de pedraria, arrematam a obra da hospedaria e portaria do convento, segundo o projecto de António de Andrade. A fachada da igreja tem uma escadaria que data de 1751. No interior, podemos ver o orgão da autoria do organeiro Dom Francisco Solha e dos mestres entalhadores José António da Cunha Correia Vale e Manuel Joaquim Proença (1779). A primitiva sacristia da igreja do convento, foi totalmente reformada em 1734. Esta sacristia inclui um grupo de oito arcazes com espaldares de molduras de talha dourada, oito pinturas a óleo que retratam a vida de São Jerónimo, dois armários parietais, um retábulo de talha dourada, dois lavatórios em mármore, e um tecto de madeira com as quatro virtudes cardeais pintadas nos cantos e no centro as armas da Ordem de S. Jerónimo. No convento algumas paredes estão revestidas por azulejos que datam dos séculos XVII e XVIII. No topo deste Convento encontramos a varanda de S. Jerônimo, na qual se encontram dois painéis de azulejos historiados. Após a extinção das ordens religiosas, o edifício é comprado por particulares. Em simultâneo, o templo assume funções de igreja paroquial da freguesia da Costa. Em 1936, a igreja, o escadório e o mosteiro da Costa foram classificados como Imóvel de Interesse Público. Em 1951, este imóvel é devastado por um incêndio que destruiu o recheio e grande parte dos seus azulejos, nomeadamente os que decoravam a ala das celas. Em 1972, o convento é adquirido pelo Estado, que aí promove importantes obras de adaptação a pousada. Em 1985, é celebrado o auto de entrega da Pousada à Direção Geral do Turismo. [Autor: António J. Oliveira] |